sexta-feira, 20 de julho de 2018

Em terras Incas: Viagem à Bolívia e Peru 9° dia

De Sicuani   à Ollantaytambo 

Olá pessoal,

Ontem na saída do restaurante encontramos um mercado (coisa rara no caminho até aqui). Me senti no paraíso, tinha de tudo, bem similar ao que encontramos em pequenos mercados no Brasil.

Compramos uns docinhos, umas barras de cereal com 'coca', suco e outras coisinhas para tomar café. Aires acordou meio indisposto e só tomou o suco. Colocamos as coisas na moto e seguimos...


Algumas dezenas de quilômetros depois, Aires sentiu-se mal. Pedi que parasse a moto e, assim que ele encontrou um espaço ao lado da rodovia, parou. Disse que sentia-se enjoado e não demorou muito para 'botar pra fora' aquilo que estava incomodando. 


Passados alguns minutos, disse que já estava melhor e seguimos viagem pelo Vale Sagrado.


O que é o Vale Sagrado dos Incas?
O que conhecemos como Vale Sangrado dos Incas são vários sítios arqueológicos localizados em pequenos povoados nos Andes peruanos (próximos à cidade de Cusco) que, pela sua geografia, eram utilizados pelos Incas para a agricultura (principalmente o cultivo de milho) e para práticas religiosas.

Avistamos umas ruínas à beira da rodovia e resolvemos parar.


"Portada de Rumiqolqa"

Segundo os arqueólogos a Portada de Rumiqolqa é uma Puca Pucara, ou posto de controle inca, que provavelmente funcionava para controle da entrada e saída de Cusco. É constituído por um muro alto , bastante largo, composto por pedras, em forma de portada. É uma construção que impressiona pelo porte e pela engenharia de construção, reunindo diversos itens típicos das construções incas: angulação das paredes e “portas”, blocos de rochas bem cortados, polidos e encaixados sem argamassa. Foi construída pelo povo Wari, que viveu na região antes dos incas.



Enquanto eu fui tirar umas fotos, Aires avistou um banco e se deitou.



Bem, vejamos, estamos a uma certa altitude e o corpo exige um pouco mais do que o normal, ainda mais não estando muito bem.

Logo o senhor que estava cuidando do local veio pedir se estava tudo bem. Contei por cima o que havia acontecido e ele disse que deveria chamar o médico... Aires disse que só queria descansar um pouco e que logo estaria bem... e eu continuei com as fotos...


"Rumiqolqa é uma palavra quíchua composta: rumin = pedras e qolqa = depósito, o que significaria: depósito de pedras. La Portada de Rumiqolqa está localizada no setor leste da cidade pré-hispânica de Pikillacta, acessada pela rodovia Cusco-Andahuaylillas, foi uma das principais entradas da cidade de Cusco e partida para Qollasuyo. É construído em pedra andesita esculpida e polida, apresentando uma forma escalonada em ambos os lados, formando três corpos com cordame polido e retangular. Quanto ao tipo arquitetural, as duas coberturas são constituídas por enormes pedras paralelepípedos unidas com montagem perfeita, a superfície externa é polida, as pedras são colocadas em fileiras horizontais que dão a característica de paredes sobrepostas. Oito fileiras compõem as paredes, o que deixa espaço para livros composto por duas enormes aberturas que constituem as próprias capas; no entanto, as plataformas e toda a estrutura que as rodeia têm uma textura diferente, apresentando uma forma escalonada em ambos os lados, formando três corpos. as construções são constituídas por enormes pedaços de elementos líticos finamente trabalhados em alvenaria ciclópica com uma montagem perfeita. No topo das coberturas, o canal de água que leva a Pikillacta é evidente. O portal principal está associado à estrada da rede de estradas para Qollasuyo, na qual podem ser vistos espaços ou seções da estrada pavimentada, o que mostra a grande importância e magnitude da rede de estradas Inka Qhapaq-ñan".
Fonte https://arqueologiadelperu.com/



Depois de descansar um pouquinho...




Ficamos ali por quase 1 hora, depois seguimos até Pisaq, uma das ruínas históricas do Vale Sagrado.



O sítio Arqueológico de Pisaq constitui um dos mais belos centros monumentais com acabamento impecável, localizado na colina mais alta da cidade, sobre uma superfície seca e rochosa. Junto com Machu Picchu, Ollantaytambo e Cusco, faz parte do circuito arqueológico de Vale Sagrado, com suas ruínas construídas em montanhas íngremes. O complexo arqueológico se divide em vários edifícios e setores, além de túneis, ponte, depósitos, aquedutos, cemitério, torres, templos e terraços agrícolas, além de oferecer uma visão magnífica do vale e da cidade.


O Complexo Arqueológico de Pisaq concentra não só ruínas Incas e pré-Incas, mas também um mercado de artesanato muito famoso (a feira que acontece no centro da cidade é bem maior do que o encontrado na entrada do sítio). O que impressiona em Pisaq é a sua localização: 3.448 metros acima do nível do mar, local estratégico para defesa contra possíveis invasões. No aspecto religioso, os Incas acreditavam que, quanto mais alto, mais perto de Deus eles estariam.


Ao chegar aqui, descobrimos que deveríamos ter parado em um posto de controle no início da subida. Conversamos com um senhor que estava ali e ele nos disse para visitar e comprar a entrada na saída...
















Fizemos uma rápida visita e continuamos... acabamos nem parando para comprar a "entrada" 


Vista dos terraços agrícolas...

Estava um pouco preocupada com o Aires e queria chegar logo em Ollantaytambo para que ele pudesse descansar e melhorar. Infelizmente por conta disso, passamos "batido" em algumas das atrações pelo caminho. O Vale Sagrado é realmente muito bonito, embora bastante cansativo devido a muitas cidadezinhas próximas e MUITAS lombadas, o que acabava desgastando o Aires ainda mais.









Enfim, chegamos em Ollantaytambo...


Ollantaytambo está localizada a 80km de Cusco e a 40km de Machu Picchu. A palavra Ollantaytambo surgiu da combinação de duas outras palavras: Ollantay, que significa observar, olhar desde o alto e Tambo, que significa albergue, lugar de repouso. Portanto, Ollantaytambo significa ‘lugar de descanso de onde se pode observar desde o alto’. Alto mesmo, já que a cidade fica a 2.792 metros de altitude.

Acredita-se que, há muitos séculos, a cidade servia como ‘ponto de descanso’ para aqueles que seguiam no caminho sagrado de Cusco até Machu Picchu. E foi o que nós decidimos fazer também!



Apesar de ser uma das cidades incas antigas, Ollantaytambo nunca foi desocupada, mesmo com a invasão dos colonizadores espanhóis. A cidade permaneceu habitada durante todos esses anos, ininterruptamente. Muitas das construções mais contemporâneas foram construídas sobre as antigas estruturas da cidade, remanescentes dos tempos incas. Ollanta foi se remodelando, adaptando, renascendo.


A cidade margeia o rio Urubamba, é o mesmo rio que acompanha o trem até Machu Picchu. Pelas ruazinhas da cidade, encontramos vários canais por onde a água passa... bem interessante...


Conseguimos um hotel e Aires pode descansar. Com isso, eu tive que ir para a rua atrás das "coisas" para o dia seguinte: passagem de trem, entrada para Machu Picchu, etc. Me troquei e fui pra rua. Estava sem almoço, um pouco cansada e para "ajudar" estava chovendo.

Sai a procura da tal estação de trem para comprar as passagens, depois de 2 informações erradas, cheguei ao local após andar alguns quilômetros... na chuva. Como se não bastasse, uma fila bem grandinha. Já estava começando a sentir a falta da comida no estômago e o cansaço batendo. Após ficar esperando por uma meia hora, fui direto ao guichê e perguntei sobre as passagens. Queria ao menos saber o preço e se tinha disponível. A moça me pediu um minuto e me atendeu. Fiquei aliviada!

Consegui comprar as passagens somente de ida, pois ida e volta já tinha encerrado. Ela me garantiu que, chegando em Aguas Calientes, eu conseguiria comprar o retorno. Também havia me  informado que não tinha mais vaga para entrar em Machu Picchu pela manhã, somente na parte da tarde. Enfim, tinha a passagem de ida garantida, o resto, deixa para o outro dia.

Cheguei de volta ao hotel exausta e já começando a me sentir mal também. Só tive tempo de correr para o banheiro e por pra fora o que nem tinha dentro... 

Pronto! Eu e o Aires largados na cama... que prévia para conhecer Machu Picchu 

Mais tarde, Aires levantou bem melhor e foi procurar algo para eu comer e beber. Foi a pior noite da viagem... Bem pior do que a de Oruro. Não dormi absolutamente nada...



Até a próxima!



Por Patrícia Pilonetto



Pernoite em Ollantaytambo  Hostal las Portadas -  65 soles com café da manhã (bem ruim)

Total percorrido:  220 Km


Fontes de pesquisa: https://arqueologiadelperu.com/portada-de-rumiqolqa-ciudad-prehispanica-de-pikillacta-cusco/



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