terça-feira, 19 de setembro de 2017

Viagem à Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai - 14° Dia: De Uyuni à Tupiza

Olá pessoal!

Saímos do hotel e seguimos para nosso principal propósito aqui: Salar de Uyuni



Entrando no povoado de Colchani que fica às margens do salar



Salar de Uyuni é o maior e mais alto deserto de sal do mundo, com 10.582 quilômetros quadrados e a 3.663 metros acima do nível médio do mar. Ele está localizado nos departamentos de Potosí e Oruro, no sudoeste da Bolívia, perto da borda da Cordilheira dos Andes. O salar é também o único ponto natural brilhante que pode ser visto do espaço. Ele serviu de guia para os astronautas da Apollo 11, que chegaram à lua em 1969. Quando os astronautas viram a planície branca pela primeira vez, chegaram a pensar que fosse uma geleira.





Estes motociclistas são da Áustria...


O salar foi formado como resultado de transformações entre diversos lagos pré-históricos. Ele é coberto por alguns metros de uma crosta de sal, que tem um nivelamento extraordinário com as variações de altitude média de menos de um metro ao longo de toda a área do Salar. A crosta serve como uma fonte de sal de cobre e de uma piscina de salmoura, que é extremamente rica em lítio. Ele contém de 50 a 70% das reservas mundiais de lítio, recurso que está no processo de ser extraído. A área grande, o céu claro e o nivelamento excepcional da superfície fazem do Salar um objeto ideal para calibrar os altímetros de satélites de observação da Terra.






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Há cerca de 40 mil anos a área do atual deserto de sal fazia parte do Lago Michin, um gigantesco lago pré-histórico. Quando o lago secou, deixou como remanescentes os atuais lagos Poopó e Uru Uru, e dois grandes desertos salgados, Coipasa (o menor) e o extenso Uyuni.

Estima-se que o Salar de Uyuni contenha 10 bilhões de toneladas de sal, das quais menos de 25 mil toneladas são extraídas anualmente. O deserto de sal é composto por aproximadamente 11 camadas com espessuras que variam entre 2 e 10 metros, sendo a mais externa de 10 metros. A profundidade total é estimada em 120 metros e é composta de uma mistura de salmoura e barro lacustre. O deserto de sal é uma das maiores reservas de lítio do mundo, além de conter importantes quantidades de potássio, boro e magnésio. A origem do sal provavelmente está relacionada com a imensa quantidade de vulcões na envolvente do Salar de Uyuni já que situa-se sobre uma região de altiplano. A concentração do sal é também facilitada pelo fato de ser uma região muito árida.

O deserto é composto por 33 "ilhas", que são assim chamadas por constituírem-se em pequenas elevações de terra, cercadas de sal por todos os lados. As mais famosas são as Ilhas do Pescado e Incahuasi, com suas formações de recife e cactos de até 10 metros de altura.













Aires coletando sal para os amigos...





Assim nos despedimos do salar...


Na saída, fomos visitar o 'Museo de la Llama y la Sal' em Colchani


O museu é bem pequeno sem muitos atrativos, mas um bom lugar para se comprar artesanatos e comer, pois existem muitas lojinhas ao redor.




Próximo ao museu tem uma casa com várias esculturas de sal


De volta a Uyuni...


...fomos conhecer o 'Museo Ferrocarril'


A cidade de Uyuni, no século XX, foi o centro do transporte ferroviário que permitiu transportar os minerais extraídos dos centros mineiros de Potosí para outras cidades do país e do mundo.


O museu do trem Uyuni consiste em um bloco de administração, com escritórios, áreas complementares e serviços. Além disso, tem uma ampla área de exposição, onde tudo o que se relaciona com a maquinaria ferroviária é exibido, como locomotivas, carros de passageiros, guindastes e máquinas do período de crescimento desta atividade, tanto nesta região do país como em toda Bolívia.






Depois seguimos para o Cemitério de Trens



O Cemitério de Trens são inúmeras máquinas abandonadas apos a Bolívia perder terras para o Chile e sendo privada o acesso direto ao mar.



Um pouco da história:

De 1888 a 1892, no mandato do presidente Aniceto Arce, a Bolívia estava no ápice de sua produção mineral, com foco em estanho, cobre e prata, retirados principalmente da região de Potosí. Juntando a necessidade, com a localização de Uyuni, que é o ponto de chegada de quatro linhas, sendo elas: La Paz (via Oruro), Calama (Chile), Potosí e Villazón, Arce decidiu investir na construção de uma ferrovia, que sairia do polo de extração para descarregar minérios em Antofagasta (Chile), antiga saída da Bolívia para o Oceano Pacífico.

A ideia foi excelente, pois com a implantação da ferrovia, intensificaria os negócios, consequentemente melhoraria a economia do país.

Mas, sem apoio era impossível manter a construção, devido à falta de diversos recursos como financeiro, tecnológico, operacional, entre outros. Então, Arce solicitou ajuda a engenheiros britânicos, que além de fornecer os vagões, passaram a gerir o projeto, que de acordo com os planos, em breve estaria pronto.

Arce só não contava com a astúcia dos índios Aimarás, que por diversas vezes tentaram destruir as etapas das construções, pois, acreditavam que esse progresso viria destruir sua paz. A tribo dos Aimarás é bem grande, e hoje estão espalhados por diferentes países da América. São 1,5 milhões na Bolívia, 440 mil no Peru, 41 mil do Chile e 35 mil na Argentina. No entanto, mesmo com tantas manifestações dos Aimarás, a ferrovia foi construída.

E foi assim por longos anos: Os trens despejavam riqueza no terminal de Antofagasta e voltavam trazendo pessoas para tentar a vida na Bolívia.

Sobre o fim das atividades da ferrovia, cada um aponta um motivo, mas o mais provável é a junção de vários eventos por volta de 1920 e 1930, como: A Grande Crise de 1929 (que impactou a economia de todo o mundo), a perda do território para o Chile que dava saída para o mar e, principalmente, a escassez de minérios.

Com isso, aos poucos os vagões foram sendo desativados até serem descartados no meio do deserto.




Voltamos ao centro da cidade e aproveitamos para almoçar. Depois, voltamos para a estrada. Para não precisar retornar à Potosí, decidimos seguir para Tupiza pela estrada de rípio que estava em obras (Ruta 21) cheia de desvios. No hotel, conhecemos um paulista (Jorge) que estava de bike e havia feito este trajeto no dia anterior. Ele nos falou sobre o estado da estrada, que tinham trechos muito ruins, mas resolvemos ir assim mesmo. Nossa aventura off-road começa agora!!!

Apenas uns 50 km de asfalto no primeiro trecho... depois só cascalho, poeira e muita areia...



Curva + areia fofa + trilhos de trem...resultado???





Só um susto mesmo, a areia amorteceu a queda...

Para nosso alívio, um pouco à frente, pudemos respirar uns quilômetros em um trecho de asfalto liberado na parte da 'Cordillera de Chichas'...




Mas não durou muito.. logo nos vimos do desvio de novo, dentro do leito do rio seco...




A estrada seguia à frente pelo leito do rio... mas Aires pegou um desvio que passava por um povoado...


Assim que fizemos a curva, havia uma cancela com um policial que nos mandou parar. Tivemos que "pagar" um pedágio no valor de $ 10,00 bolivianos para poder continuar.


Depois que saímos, eu e o Aires comentamos e rimos: cobrar pedágio de uma rua que nem existe!
☺☺☺ só na Bolívia mesmo!

Continuamos por mais um trecho de rípio até que finalmente chegamos à Tupiza. Ao entrar na cidade nos deparamos com muitos destes carrinhos, que eu conheço por 'Tuk-tuk'.


Olha o estado da motoca!


No hotel, entramos com equipamento e tudo debaixo do chuveiro, pois era só poeira!
Depois fomos fazer a passeadinha básica pelo centro e procurar algo para comer.

Tupiza é uma cidadezinha bastante simpática situada à 2.850 metros de altitude.


Um pouco da nossa bagunça. Detalhe aos móveis que são todos feitos de cardone (cactos).


Até a próxima! ✌

Pernoite em Tupiza   Hostel Pedro Arraya - $ 170 bolivianos com café da manhã

Total percorrido: 289 km


Museo de la Llama y la Sal: $ 5,00 bolivianos por pessoa
Museo Ferrocarril - Uyuni: $10,00 bolivianos por pessoa




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