quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Viagem à Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai - 9° Dia: San Pedro de Atacama

Olá pessoal,

Acordamos bem cedinho, pois a van ia passar às 5:30/6:00 horas para chegar antes do sol nascer no 'Geiser del Tatio'. Saímos do hotel com 3° C... Chegando na "Bacia Geotérmica del Tatio" fomos avisados pelo motorista que fazia 10° C NEGATIVOS... com sensação térmica de -28° C ...☃


Já havíamos passado frio no dia anterior... mas neste, foi muito além do que imaginávamos. Sabíamos que seria frio, mas não que seria TÃO frio. Meus pés congelaram... literalmente. Não estávamos preparados para o frio... para "este" frio!




Os Gêiseres de Tatio (El Tatio em indígena significa 'forno') são uma das melhores atrações do deserto do Atacama, no Chile. Localiza-se na bacia geotérmica que leva o mesmo nome a cerca de 90 quilômetros de San Pedro de Atacama e encontra-se a 4.320 metros de altitude.


As grandes colunas de vapor saem para a superfície através de fissuras na crosta terrestre, alcançando a temperatura de 85°C e 10 metros de altura. De acordo com nosso guia, existem mais de 150 'fumarolas'. Este campo geotérmico, de origem vulcânica, é considerado o 3º maior do mundo.


Os gêiseres de Tatio são formados quando rios gelados subterrâneos entram em contato com rochas quentes. Por baixo de toda essa região há rios subterrâneos. Como é uma área repleta de magma vulcânico, com vulcões ativos ao norte e sul, a água é super aquecida de forma a ser expelida do subterrâneo em altas temperaturas. Alguns gêiseres são cíclicos, ou seja, jorram água com intervalos de 20 a 30 segundos.





Alguns "buracos" jorram água constantemente outros, como mencionado, em intervalos e alguns só vapor...




No chão, em contraste com a água fervente, é possível ver o branco do gelo e do sal.


Além do gelo e sal, podemos ver um solo bem colorido. Possui estas cores que são resultantes dos minerais, inclusive o enxofre dos vulcões.




Após o sol nascer... o frio se dissipa um pouco, assim como as colunas de vapor.


Eu acredito que neste momento o visual fica ainda mais encantador... e o frio suportável






Gaivota andina....


Elas ficam sempre por perto das vans aguardando um pouco das sobras dos cafés da manhã que são servidos por ali. Durante o verão elas vivem em lagos de água doce no alto da Cordilheira do Andes. É também no verão que elas exibem esta plumagem preta na cabeça.





Com a luz do sol, pode-se ver com mais clareza os jatos d'água...


Incrivelmente lindo!!!




Nosso motorista e guia do dia: David


Depois de um café da manhã apreciando esta vista... seguimos para uma outra área do campo geotérmico onde as pessoas podem banhar-se em uma piscina de água quente...


'Los baños termales'


A água sai da pedra, em sua nascente, muito gelada, escorrendo por baixo do gelo. Centímetros abaixo ela se encontra a uma temperatura insuportável de ser tocada de tão quente. Com essa diferença de gelo e calor, a água fica com uma temperatura quentinha e agradável para se banhar. Infelizmente a piscina termal estava fechada para manutenção.



O guia disse que estes gêiseres são chamados de "assassinos", pois 5 pessoas já morreram banhando-se em suas águas. Isso aconteceu antes de o parque ser criado. Hoje existe uma guarita na entrada e todos pagam uma taxa para acessar. Existem vários funcionários do "campo" que ficam de olho em tudo o que os turistas fazem. Somos avisados, antes mesmo de sair da van, que não devemos ultrapassar as marcações/trilhas.




Nos despedimos dos gêiseres e seguimos para nosso retorno à San Pedro. Passamos por lugares incríveis e nosso guia fazia algumas paradinhas para que pudéssemos tirar fotos e poder registrar estas belas paisagens. Como em Vado del Rio Putana.

Lugar lindíssimo que serve de atrativo para muitas aves da região. Dalí se tem uma linda vista da Cordilheira dos Andes e dos vulcões próximos como o Putana, Curiquinca, Colorado, entre outros.
O vulcão Putana é fica na divisa entre o Chile e a Bolívia e é um vulcão em atividade constante, tanto que podemos observar fumaça saindo dele.





Grande parte do rio estava congelado...

E o Aires foi lá conferir!






Vamos seguir...

Nos divertimos muito com nosso guia David. Quando começou a tocar 'Despacito' todos na van começaram a cantar. Estávamos em 12 pessoas entre brasileiros, gregos, alemães, australianos e franceses... Uma festa internacional!!!



Neste dia parecia que estávamos em um safári... pois, como disse o David, tivemos muita sorte em ver vários animais pelo caminho...

Vicunhas: possui o menor tamanho entre os camelídeos andinos, chegando 1,30 metros de altura e podendo pesar até 40 kg. Sua pelagem é muito fina e tem alto valor comercial. Habita de 3.000 a 4.600 metros acima do nível do mar. As vicunhas são territoriais e quando elas chegam em uma área, as lhamas migram para outro local.



Vizcacha: é um marsupial roedor que se parece com uma lebre, mas que tem a cauda comprida com pelos longos. Tem grandes orelhas, patas traseiras muito desenvolvidas e membros dianteiros pequenos. Parecem uns mini cangurus, principalmente quando saem saltitando. Sua dieta contempla todo tipo de vegetais e raízes. Habita as zonas da cordilheira, em terrenos pedregosos.




Fizemos uma parada no povoado de Machuca para o almoço...




Espetinho de Llama


Hummmm


Machuca é uma pequena aldeia andina com uma vila de aproximadamente 20 casas. Está situada no altiplano andino a poucos quilômetros de San Pedro de Atacama. 







Raposa: é o segundo maior canídeo da América do Sul, pode pesar 12 kg e medir de 80 a 120 cm, incluindo a cauda. Sua pelagem é cinza no dorso, avermelhada nas patas traseiras e amarelada no restante do corpo, com uma grossa cauda de ponta preta. Alimenta-se de frutas, roedores, lebres, lagartixas, aves, ovos e inclusive de cordeiros recém-nascidos entre outros.

O guia disse que quando há uma raposa não há vicunhas nas proximidades pois elas se escondem e quando vemos vicunhas, não há raposa por perto.


Muitos flamingos...




Uma formação rochosa parecida com a cabeça de uma águia...


Burrinhos selvagens...



Uma espécie de "cânion" formado pela lava vulcânica...


Lagartixa: Não sei ao certo qual espécie de lagartixa é. O David (guia) me disse alguma coisa a respeito quando mostrei a foto para ele, mas não me lembro mais.







Com este cenário nos despedimos do passeio.



Bem, não iria falar nada aqui no blog, mas acredito que seja importante para aqueles aventureiros desavisados...

Apesar de termos pegado temperaturas extremamente baixas desde a saída do hotel (3°C) até a chegada nos gêiseres (- 10°C), aumentando um pouquinho após o nascer do sol, mas mantendo uma média de 15°C, chegamos em San Pedro de Atacama por volta das 13 horas e tempo MUITO quente. A sensação era de acima de 40°C, pois estávamos um tanto encasacados.

Seguimos direto ao hotel. Aires queria  já subir na moto e rodar por outros atrativos próximos. Disse que estava me sentindo muito cansada e precisava descansar. Deitamos e descansamos por uma horinha. Depois nos equipamos e seguimos ao centro da cidade para visitar um museu. Estava muito quente mesmo, ainda mais com as roupas da moto, capacete, etc. Comecei a me sentir mal.

Aires parou a moto um pouco antes da rua do museu, pois não se permitia o trânsito de veículos. Descobrimos que o museu estava fechado. Quando voltamos, logo em frente ao suposto museu, havia um posto de atendimento médico. Chegamos na moto, subimos e um senhor veio perguntar coisas sobre a moto para o Aires (isso sempre acontece, muitas pessoas querem saber sobre a viagem, etc) . Enquanto eles conversavam eu pensei: "Vou desmaiar"!

Desci da moto e disse pro Aires: "Vou ali na emergência, me procura lá"!

Realmente pensei que cairia pelo caminho. Cheguei, sentei e esperei. Logo o Aires apareceu.
O enfermeiro me atendeu, mediu pressão, coração, saturação de oxigênio e disse que estava tudo certo. Ficamos aguardando até o atendimento do médico. Eu não conseguia acreditar que estava tudo bem, pois o ar me parecia pesado e eu me sentia extremamente exausta e sentindo frio.
Quando a médica me chamou já me sentia um pouquinho melhor, pois fiquei deitada no banco para descansar (Aires ficou tirando fotos rsrsrsrs).


Ela me examinou e disse que estava tudo ótimo. Repassamos as informações do que fizemos durante o dia e na noite anterior. Resumindo, um conjunto de fatores colaboraram para que isto acontecesse: havia tomado uma taça de vinho na noite anterior, altitude acima de 4.300 metros e temperaturas extremas (de sensação térmica de -28°C à 40°C). Diagnóstico: Cansaço. Recomendação: Descanso, comida leve e nada de álcool.

Ela também nos falou que as pessoas ficam pelo menos 2 dias em San Pedro, passeando somente pela região de mesma altitude (2500m) para aclimatar. Como queríamos aproveitar o tempo, chegamos em San Pedro num final de tarde e já marcamos passeio para o 2 dias seguintes a uma altitude acima de 4.000 metros.

Cada pessoa reage de um jeito diferente. Minha maior preocupação era o "soroche" ou 'mal da altitude' que pode levar a complicações muito sérias. Por isso, assim que não me senti bem, fui correndo para a emergência. Mas, foi só um susto mesmo. Eu realmente não estava preparada fisicamente para o clima que encontramos e meu organismo reagiu desta forma. Só precisava descansar mesmo.

E foi o que fizemos. Voltamos para o hotel e eu fui dormir. À noite saímos e formos jantar e dar mais uma voltinha por San Pedro para nos despedir.



Até a próxima! ✌

Pernoite em San Pedro de Atacama 🇨🇱   Hostal La Casa de Mireya - $ 30.000 pesos com café da manhã

Total percorrido:  157 km



Atacama Explora (com Carolina) - Gêiser del Tatio: $ 18.000 tour + 10.000 gêiseres ($ 28.000 por pessoa)
                                                        Das 5:30 às 13:30 com café da manhã incluso


DICAS para este passeio:
  • Não subestime o frio. Se você não tiver roupas térmicas, vista-se em várias camadas.
  • Apesar do frio, coloque roupas mais leves por baixo. Depois que o sol nasce a temperatura sobe.
  • Use protetor solar 
  • Cuidado nos geysers e sempre caminhe dentro dos “senderos” demarcados
  • Não passe muito tempo próximo dos gêiseres pois os vapores são tóxicos
  • Siga sempre as orientações do guia.
  • não beba álcool na noite anterior
  • beba bastante água para compensar a altitude, se precisar recorra à remédios ou às folhas/balas/chá de coca



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