domingo, 10 de setembro de 2017

Viagem à Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai - 5° Dia: De Amaichá del Valle à Salta

Olá pessoal...

Saímos do hotel e seguimos para um posto que havia na entrada da cidade para tomar um café. Para nossa surpresa, ainda estava fechado.


Em Amaichá del Valle tem o 'Museo Pachamama', mas era domingo e muito cedo para estar aberto. Uma pena, queria muito poder conhecer. Tentamos registrar do lado de fora mesmo...





O museu foi planejado pelo pintor, escultor e artesão autodidata Héctor Cruz. O projeto, que não envolveu arquitetos, levou seis anos para se tornar uma realidade. Foi inteiramente bancado pelo artista, sem apoio e nem financiamento do Governo.

A parte externa do Museu conta com esculturas da Pachamama (Mãe Terra), o Inti (deus Sol), Quilla (deusa Lua), tudo feito em pedras, uma verdadeira viagem pelas simbologias mitológicas da cultura Tafi.

Infelizmente não pudemos conhecer o interior do museu.




Registro feito... vamos seguir!



Ruínas Quilmes...


As ruínas dos Quilmes estão localizadas no Vale Calchaquí. Elas são os restos do maior assentamento pré-colombiano na Argentina ao pé do Monte Alto del Rey. O lugar era de propriedade dos"Pueblos Originarios" (povos nativos), posteriormente do governo provincial, depois um comerciante privado e, finalmente, dos descendentes do povo Quilme . Estas ruínas foram reconstruídas, para que possam ser visitadas pelos turistas . Elas foram estudadas pela primeira vez em 1897 pelo arqueólogo Juan Bautista Ambrosetti e restauradas por uma equipe dirigida por Horacio Difrieri e Norberto Pelissero com critérios mais turísticos que arqueológicos.



Os indígenas conhecidos como Quilmes, os primeiros habitantes deste lugar, tinham uma densidade populacional muito alta, o que permitiu uma melhor distribuição das tarefas e uma maior exploração do ecossistema.









Enquanto conhecíamos as ruínas formos surpreendidos com ventos fortes e nuvens de poeira. O mesmo aconteceu quando retornamos à rodovia, antes de chegar à Cafayate.


Em Cafayate...


Tomamos nosso café da manhã e passeamos rapidamente pela cidade





Seguimos passando por vinhedos




Chegando a "Quebrada de las Conchas"...





O percurso entre Cafayate e Salta passa pela Quebrada de las Conchas que são formações rochosas incríveis. Com cores impressionantes, os tons de vermelho e laranja se misturam entre as curvas moldadas pelo choque de placas tectônicas.O passeio reserva paisagens inesquecíveis. Entre os destaques da paisagem árida estão as fendas do Anfiteatro e da Garganta do Diabo, Mirador Tres Cruces e algumas formações rochosas com formatos peculiares...












Mirador Tres Cruces...












Encontramos com dois motociclistas de Curitiba que estavam fazendo o mesmo percurso...


El Anfiteatro...




'El Anfiteatro' tem esse nome por causa da acústica que possui. Muitos músicos e corais vão se apresentar ali.




Garganta del Diablo


Daqui, seguimos para Salta, fazendo uma pequena parada para almoçar...


Já em Salta, depois de conseguir hotel, fomos passear pela centro da cidade...


 

Aqui na 'Plaza 9 de Julio' fomos visitar o 'Museo de Arqueologia de Alta Montaña' (MAAM).


Seria uma museu como outro qualquer com objetos, artesanatos e vestimentas dos povos antigos da região, não fosse o fato de este museu ter em seu acervo 3 múmias de crianças encontradas no alto do Vulcão Llullaillaco. Infelizmente não se permite fotografar ou filmar.


A iluminação é bem fraca e toca uma música andina suave que te faz viajar no tempo conforme se vai caminhando pelos setores, lendo as informações apresentadas, vendos os objetos resgatados e principalmente, e mais impressionante, vendo as múmias. No dia em que estivemos lá, "El Niño" estava em exposição.

O menino de Lullaillaco. Por suas roupas elaboradas, cientistas inferiram que o garoto de 7 anos de idade fazia parte da nobreza inca.


Um pouco das história:
Conhecidas como “los niños de Llullaillaco”, as três múmias incas que compõem o acervo do MAAM estão entre as mais bem conservadas do mundo. Seus cabelos, pele, roupas, sangue e órgãos internos são tão preservados que parecem estarem dormindo.
A mais velha, conhecida como Donzela, foi congelada para a eternidade quando tinha cerca de 15 anos. O mais novo, o Menino, tinha apenas seis. A Menina do Raio, morta aos sete, apresenta queimaduras no rosto e vestes por causa de uma descarga elétrica que a atingiu quando seu corpo ainda estava na montanha.
Elas foram descobertas em 1999, no alto do monte Llullaillaco, na fronteira da Argentina com o Chile, a uma altura de 6.739 metros, muito frio e baixa pressão, o que explica o grau de conservação dos corpos. Com eles, estavam cerca de 160 objetos utilizados pelos povos da época.
As múmias passaram a ser exibidas em 2007, no MAAM, que foi construído especialmente para abrigá-las. Para garantir a preservação, elas são submetidas a condições semelhantes às que enfrentavam no alto da montanha. E somente uma delas é exposta por vez. Quando fomos, era o Menino (El Niño) que estava sendo exibido.
A trajetória da Donzela, da Menina do Raio e do Menino até aquela sala escura começou há mais de 500 anos, no Peru. Descendentes de linhagem real entre os Incas, eles eram jovens, bonitos, nobres e saudáveis, o presente perfeito para os deuses. Foram escolhidos a dedo entre todas as crianças que viajaram de diversas partes do império até Cuzco para se juntarem aos seres sagrados da mitologia Inca. Celebradas com festa e presentes, elas logo tiveram que partir para uma longa jornada a pé pelas centenas de quilômetros que separam o Peru do Norte da Argentina. Já no alto da montanha, beberam chincha, uma bebida alcoólica feita de milho, até cair. Dopadas pelo álcool, foram colocadas em túmulos na neve para nunca mais acordar.
O ritual era conhecido como 'Copacocha' e não era visto pelos Incas como sacrifício ou morte. Eles acreditavam que as jovens almas apenas se juntavam aos deuses e se tornavam protetores de suas comunidades, abençoando-as com saúde e prosperidade. Essa era também uma forma de reforçar os laços de lugarejos distantes com a capital Inca, mantendo assim a unidade do Império.
Não há indícios de que as três múmias do MAAM tenham viajado juntas. Acredita-se que existam ainda outros 40 túmulos originados desse ritual na região, mas os indígenas que ainda habitam o lugar não querem que mais sítios sagrados sejam escavados.
Mesmo sem as múmias, o Museu de Arqueologia de Alta Montanha seria uma das atrações mais impactantes de Salta. Repleto de artefatos Incas, o lugar reconta a história do império que dominou esse continente em detalhes. Uma quarta múmia, essa em estado bem mais decrépito depois de ter passado por roubos e coleções particulares por anos e anos, também está exposta no museu.
Para mais informações e para verem mais fotos das múmias, no final do post tem os links para acesso. Confesso que fiquei bastante impressionada em estar bem pertinho de uma, separada apenas por um tubo de vidro e, juntando com as informações... é de arrepiar!

Até a próxima! ✌

Pernoite em Salta  🇦🇷  Pousada la Linda - $ 700 pesos com café da manhã

Total percorrido: 291 km


 Los Quilmes: $50 pesos argentinos por pessoa

Quebrada de las Conchas: entrada gratuita em todos os pontos

MAAM Museo de Arqueologia de Alta Montaña: $ 130 pesos argentinos por pessoa
http://www.maam.gob.ar/
http://www.360meridianos.com/2015/01/mumias-das-criancas-incas-de-salta.html
https://arqueologiaeprehistoria.com/2013/06/14/conheca-as-mumias-de-salta/


2 comentários:

  1. Prazer em conhecê-los em três cruces... Grande abraço ao casal...

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    1. Obrigada Renato, igualmente! Temos página no face tbém: https://www.facebook.com/Poraiemduasrodas/notifications/

      Abraço!

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